sábado, 24 de janeiro de 2009

doomsday hocus pocus

Tenham Medo,Tenham Pedro.


-Mandinga pro Fim do Mundo especial para todos os Pedros que já conheci,nisso incluo os que não se lembram de mim mas já estiveram nas mesmas salas de aula,parque de diversões e todos os outros lugares passíveis de presença pédrica.
"Pode-se medir a idade de um brasileiro sómente fazendo uma média de quantos pedros ele conheceu em sua estadia pelo mundo."Mas quando o fim do mundo aparecer os pedros serão tão pedros quanto os gustavos e aí o bicho vai pegar...

"Com Medo,Com Pedro" de Gilberto Gil por Gal Costa em (1969).





Eu agora não tô mais com medo, tô com pedro
Eu agora não tô mais com medo, tô com pedro
Eu agora já to mais com pedro do que com medo
Eu agora já to mais com pedro do que com medo

Deus me livre de ter medo agora
Depois que eu já me joguei no mundo
Deus me livre de ter medo agora
Depois que eu já pus os pés no fundo
Se você cair não tenha medo
O mundo é fundo
Quem pisar no fundo encontra a porta
Do fim de tudo
Bem junto da porta está são pedro
No fim do fundo, fim do fundo
Findo!

Bem depois do fim de tudo o medo
Do fim do mundo
Bem depois do fim do mundo o medo
Do fim de tudo
Bem depois do fim de tudo o medo
Do fim do mundo
Bem depois do fim do mundo o medo
Do fim de tudo

Deus me livre de ter medo agora
Depois que eu já me joguei no mundo
Deus me livre de ter medo agora
Depois que eu já pus os pés no fundo
Se você cair não tenha medo
O mundo é fundo
Quem pisar no fundo encontra a porta
Do fim de tudo
Bem junto da porta está são pedro
No fim do fundo, fim do fundo
Findo!

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Um brinde á beleza do que já foi.

-Primeira canção-
Lá no morro quando eu olho pra baixo
acho a cidade uma beleza
e quando eu to na cidade que eu olho pra cima meu cumpade
fico contemplando a natureza.
Castro Alves Meu bem!

-Segunda canção-(completamente importada)
Jane jane jane pli camin rom to me
A jane jane ú!A jane Jane...








...quem te viu ,quem te vê




sei também que nasci cedo demais pra poder assistir outras coisas maravilhosas que virão....

(mas aí ainda não tem no youtube)
Já ouviste mas jamais viste?Veja:




quarta-feira, 21 de janeiro de 2009



zabela voltou da europa


quem foi pra lá foi.
eu fiquei meio jeca,
não entendi nada
voce foi pra lá e foi pra estrada
quando voce voltou voltou
então, tá difícil.
(Pedro Thomé)
O incrédulo Gibson

Cobriu o piano como quem tinha tantos planos
tinha tantos planos
Gibson.
Gibson Macieiras.
Gibson Macieiras Cabral.
Gibson Macieiras Cabral Filho.
Gibson Macieiras Cabral Filho,o pianista.
Gibson
Morava longe de casa
Dormia longe do quarto
Não era feliz,mas tinha desconto na tapeçaria
e tinha tapetes em sua discoteca particular.Gostava de música.
Músicava a gosto em seu piano manso que ganhara em setembro.

Só não acreditava!

Em que?
Em nada!
Tocava o dó em seu piano,mas não vá tentar convencê-lo
de que ele tocava o dó em seu piano!
Ouvia o som de seu piano,mas não vá tentar convencê-lo
de que ele ouvira o som de seu piano.
Nem em seus próprios dedos o homem acreditava.
Achava que aqueles poderiam ser dedos de qualquer um
Nas mãos de qualquer outro
no corpo de qualquer aquele.
Gibson mancava e tinha tesão por axilas
Limpas,claras,desnudas axilas de mulher
Gibso era um puta de um cara!

Careca,careta e carola
Lia a Bíblia todos os dias
Mas ficava maluco ao ver a vizinha de camisola
Era um homem sujo
Gritava:-Cu!
quando puto.
E não ficava de luto
...mas não acreditava na bíblia,nem na vizinha de camisola,
nem em seu pássaro nem em sua gaiola.

Não estava convencido plenamente de que estivesse vivo
Já que sofrera um acidente de manhã.

Também não estava convencido de que estivesse morto
já que ainda não encontrara em nenhum canto sua falecida irmã
(que ele duvidava que tinha morrido.Então tanto faz.Podia sim estar morto.)

E mesmo que tropeçasse em seu corpo
duvidaria da morte
como duvidou da vida.
Talvez a única crença de Gibson
Fossem as axilas
Limpas,claras,desnudas,axilas de mulher.
Gibson
Gibson Qualquer coisa
Gibson Qualquer coisa,Axilas,etc...

Magrinha teu cenário é uma beleza.(1.episódio da manga)

No vão da manga vejo te virgem sovaco
No vão da manga pouco abaixo do braço
No vão da manga,dona manga pendurada
No vão da manga.

Cabisbaixo.No vão da manga observo o torpe e
belo belo sovaco.No vão da manga cavo.

Há no mundo belas subacas.

"filho de pobre ou vira pedreiro ou vira artista.Como o meu pai trabalhou 30 anos e não comprou uma bicicleta eu pensei logo: esse negócio de trabalhar não dá camisa a ninguém"
(Dicró)

Perdão Alice(ou Alice,sei de um sábio que sabe demais)




Acre Alice
retiro o que disse
pois é como ouvi uma vez
onde houve um sábio(chinês?) que (ele sim) disse :
- não sei sabor de seio que não seja o saboreio do seio esquerdo de alice...
perdão Alice,mas foi ele quem disse.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Gil visionário...(1969)





futurível


Você foi chamado, vai ser transmutado em energia
Seu segundo estágio de humanóide hoje se inicia
Fique calmo, vamos começar a transmissão
Meu sistema vai mudar
Sua dimensão
Seu corpo vai se transformar
Num raio, vai se transportar
No espaço, vai se recompor
Muitos anos-luz além
Além daqui
A nova coesão
Lhe dará de novo um coração mortal

Pode ser que o novo movimento lhe pareça estranho
Seus olhos talvez sejam de cobre, seus braços de estanho
Não se preocupe, meu sistema manterá
A consciência do ser
Você pensará
Seu corpo será mais brilhante
A mente, mais inteligente
Tudo em superdimensão
O mutante é mais feliz
Feliz porque
Na nova mutação
A felicidade é feita de metal


Gilberto Gil.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Sequela

esqueci o seu nome na areia.

A Wilson Simonal.




Samba do Carioca

-o trem que eu perdi era uma cobra sem proa ou popa.E que nunca se engolirá.

Olha, é difícil de negar que eu frequento as gafieiras de chão mais liso.Nem minha boina quadriculada é capaz de negar essa informação,que normalmente as boinas não saem contando para qualquer um.Entretanto sou um caso de estereótipo inesquecível,exemplo irrefutável,bom criolo da gargalhada amarela.
Nos tempos d'oiro em que me requebrava de Diodoro até o centro,blindado de correntes de ferro a balangar pelo pescoço,mapeando as gafieiras do Rio de Janeiro pela madrugada eu era mais conhecido do que os males do cigarro e da bebida.(os quais aliás até hoje desconheço)
A pança inchada é herança de um matrimônio com uma dona da zona sul.Meu segundo matrimônio.Sei.Não havia necessidade de me casar uma segunda vez e ainda pior sem o consentimento ou separação da Eliete,minha senhora de Senador Camará.Mas aquela desvairada tinha apito no samba dela.E que bonito é um corpo de mulher sambar,esquindô,esquindô sob a luz do luar!
Eu era capaz de reconhecer aquela mulher de costas,de longe....
Até depois de emagrecer durante uma temporada desaparecida eu era capaz de reconhecê-la sem olhar seu rosto,porque para mim ela era muito mais os batuques que eu sentia quando a via do que os cabelos de índia,o brinco de argola e o olhar cobiçoso que rodopiavam no salão do Elite.Abigail!
Isso pra não falar dos peitos mesmo.Abigail!
Então o casamento foi inevitável depois de muito atracamento pelas escuras esquinas do centro da cidade, encabulando mendigos e cotias do Capo de Santana.
Aquela mulher tinha brasa nas veias e a cerveja e cachaça só faziam o fogo crepitar mais impunemente.(já fornicamos no chão da Rio branco e o banheiro da gafieira era nosso pit stop mais corriqueiro).Eu fui mesmo fundo.Porque quando a gente é novo vai fundo nos problemas pra ter história pra contar,mas até que se possa rir dessas histórias muito se lamenta ...e como se morre afogado,meu Deus:
Primeiramente,ela não sabia sobre Eliete e a Eliete então.Essa foi a única a quem minha boina nada tinha contado.A nega não fazia idéia dos meus carnavais semanais e quando soube já era quinta e os garis recolhiam minhas cinzas.
Eliete trabalhava em Botafogo, em casa de família.
Lavava,passava,cozinhava e quando o Seu Orlandivo viu seu filho atingir certa idade,ou a idade certa (talvez até antes disso)Eliete foi seu presente.
Naquele tempo eu tinha ouvido muitas histórias de patrões que usavam as empregadas como "auxiliadoras para inauguração de relações humanas" de seus filhos, e por ser experiente de ouvido,andar muito com os antigos e aguentar muito tempo debaixo d'água eu sorri pra Eliete na tarde em que ela voltou pra casa após quebrar a promessa de castidade que vinha fazendo desde anos imemoráveis, e que manteve ao me conhecer,e manteve depois de nos conhecermos,e manteve depois do nosso casamento só vindo a quebra-la mesmo naquela tarde em que, despida, aguardara o meninote chegar do Santo Inácio.
Depois daquela tarde,Eliete voltava para casa com menor contenção de seus impulsos,mais decidida e bem humorada.Fazia piadas mais apimentadas do que o normal mas mesmo assim isto não despertava em mim desejo algum pela minha esposa.Se demorava mais no serviço,como ela também não me cobrava explanações sobre meus fins de semana, eu me limitava a alargar o sorriso e perguntar como havia sido o serviço?Como havia sido na igreja?E como havia sido.
Eliete escondia bem,bem como eu.
Se o que eu estava escondendo não estivesse sendo escondido dela eu diria que ela aprendia comigo.
Será que não foi?Me perguntou Ondina numa manhã dessas em que o Sol só vem pra nos cutucar no lençol.Dei-lhe logo um tabefe e quis saber se Ondina me tinha por alguma espécie de mané-comédia,palhaço ou otário?O problema era que Ondina era louca com meus tapas e só fui perguntar de verdade se ela achava que eu fazia papel de otário depois de acalmada nossa quarta troca ácida, violenta e sufocante de membros,enquanto eu cavucava o maço que ela tinha na gaveta do marido.
Ondina era uma peste de inteligente e se fazia constantemente de imbecil.Não andava com livros,não fumava em público e só libertava mesmo a inteligência numa pista de gafieira,trocando de pernas como se troca de notas em um trompete.(não é pra qualquer um)
Mas naquela hora vi uma coisa que nunca esteve lá,na respiração de Ondina.Na hora pensei ser a tal burrice fingida querendo parecer real de mais.Perguntei novamente.Se fazia papel de otário.Se minhas noites de gafieira eram papo na boca dos outros.Ondina se levantou,caminhou até a varanda de seu apartamento em Bonsucesso,completamente nua, e se espreguiçou com demora,depois sumiu na direção da cozinha,me conformei e tirei um cochilo imaginando qual seria o lanche.(Ondia cozinhava bem que só vendo)
Acordei com batidas na porta.Violentas,coisa boa não devia ser.O marido estava longe e tinha a chave de casa.
-Polícia!
Credo!
A jungusta batia a porta com toda aquela urgência sufocante.E diziam que iam arrombar.Depois avisei que já ia,e que quem ia era gente de bem,que não era dessas coisas...Numa porrada só a porta está escancarada e dois samangos me pegam de cuecas mesmo.
Disseram que não havia negócio,que os vizinhos me viram entrar ali na casa da morta.Eu digo que morta?Eles apontam pra janela e eu só vejo multidão lá embaixo aglomerada.
-Você,bacana é marido?Que porra é voce?
Não pude responder merda nenhuma.Minha visão estava pra lá de fora de foco,jamais seria capaz de bater uma partidinha de sinuca num momento daquele.Ondina,porra!
Quando casei com Eliete ela chorou,quando casei com Abigail ela deu cabo da vida!
Uma mulher terminada,o amor perfeito,teve início meio e fim.Desmaiei dizendo:
-Dessa ruiva vai ser brabo de esquecer.
Aos poucos eu repensava esta frase,e o cheiro de Ondina ainda estava em mim e de todas as coisas que já senti na vida o pior sentimento mesmo foi o de pensar que era só tomar um banho que este aroma nunca mais voltaria a atormentar meu olfato.
Estou sentado,engaiolado.
Com pouco ódio da polícia, afinal de contas eu estive lá.Gostaria também eu de solucionar este caso,mas a confirmação dos legistas de que foi suicídio viria em breve,o que veio antes foi um vulto alto.Com pisos barulhentos por causa do salto.
-Sua esposa.
Abigail não esperou abrirem a gaiola para me estapiar.Me pegou pelo colarinho e começou a me surrar.Não doia então eu deixava.Mordeu-me então a bochecha quase arrancando um pedaço aí os samangos tiveram que interferir.
Seu cabelo de índia sacudia e a puta estava irada!Gritava que me amava,quanto me amava,esbravejava os lugares em que me amou.Apontou-me dedos,disse que me engordou com boas comidas da zona sul,pediu o divórcio e se foi sem antes cuspir dentro de meu olho esquerdo.Naquela hora os batuques que sempre senti com aquela mulher me pareceram extra-africanos e ao mesmo tempo terríveis de modo que criou uma depressão de tal enormidade que precisei deitar novamente no leito em que estava e não contive as lágrimas de Ondina de rolarem cela a baixo.
-Sua esposa.
Desta vez gelei mesmo.
Ao ponto de parar tudo o que estava pensando.
Lá do escuro a silhueta baixinha da criola Eliete ia ficando mais clara.A nega me olhou nos olhos e me abraçou forte pra caralho.
Aí estava a resposta de Ondina:sim eu estava sendo um mané-comédia.Beijei minha esposa e ela disse que eu arrumasse minhas coisas pois partiria dali.Fiquei feliz e beijei muito mais ainda a minha esposa.(Esta noite eu descobriria seu sexo?)
Abandonamos a penitenciaria na hora em que mais repensei a minha vida em toda a minha vida.
Havia um carro bastante luxuoso na porta do presídio que mereceu que eu o namorasse por alguns segundos até que Eliete meteu a mão na maçaneta e abriu a porta.Fiquei sem entender,ela puxou o banco da frente olhando em meu olhos e perguntou se eu havia gostado do carro que o Landivinho tinha ganhado por não só se formar no terceiro ano mas também ter passado pra faculdade de direito.


06-01-09

Pequeno Painel 2009.

Estamos no dia seis,o sexto dia do ano.Deitem e durmam mais 359 dias e acordarão numa nova década!
Poderão falar saudosos dos "anos zero" e suas conquistas.Uma nova década de X bafora em nossos cangotes como se espremidos no mesmo ônibus.
Neste 2009 onde o Raul Gil é o novo garoto propaganda das casas bahia eu fui descobrir que o disco "let it be" dos beatles embaixo de uma chuva fina onde se voe de bicicleta soa como meter rubis nos ouvidos.Descubro também que as pessoas andam enfiando piercings subcutâneos pelo corpo e que isso interessa a quem vem tomar café na na cantina onde estou.Na verdade somos eu e mais três pessoas bem dispostos por toda a cantina.Eu reouvindo "I me mine" que tinha tocado quando pedi o meu primeiro café e vi o Raul Gil esbanjando o talento nato para chato das casas bahia.
O que teria acontecido com o antigo?
"Quer pagar quanto?"
Uma vez eu havia achado o orkut desse figura,lembro de coisas vagas mas a informação mnemónica(fraquíssima)que mais me cutuca é a de que o cara é ator sheaksperiano.Tipo John Malkowich,Daniel Day Lewis,Sir Shean Connery e o cara das casas bahia.Assim ficava essa lista de exemplos sheaksperianos na minha cabeça.
Coisas que a gente ouve e de tão absurdas não nos abandonam mais.

-outros que também tentaram :












Sei lá...pra mim ainda falta o "Q"
SheaQuespereano do antigo ícone dos quase finados anos zero.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Bass is heavy!!

domingo, 4 de janeiro de 2009

Mandinga pro fim do mundo,doomsday hocus pocus,por quem entende de mandinga:



Eu sei.

Mais ninguém o sabe.

Mas eu sei.

Me estão tremendo as mãos ao segurar os dezesseis búzios. Como se não o fizesse a tantos anos.

Mas preciso jogar uma outra vez. Ogum que me perdoe, mas preciso confirmar pela terceira vez.

- Ogum Patacuri meu Pai. Agô! Perdoa esse filho. Mas se eu fui feito Babalorixá pelo senhor e tua força, meu Pai, respeite minha descrença perante essa sua revelação. Ogunhê! Ogum Patacuri Alá Megê!

Balanço novamente as mão trêmulas, fechadas em concha, formando casulo para as pedras da confirmação de Orunmilá. O estilhaço sonoro desses búzios que se batem, antes me parecia sereno, agora me soa como trovoada.

Mas lanço-lhes ao meu jogo. Meu jugo e de todos nós se lançam com eles. Orunmilá me petrifica o peito. Gela a espinha. A mensagem do senhor Ogum está confirmada. Como ordem do Orum, Olorum decreta que não mais se dê espaço aos homens. Cada espírito seguirá a força de seu criador e os que não se iluminara cessarão de existir.

“É o juízo final... a história do bem e do mal...
Quero ter olhos para ver... a maldade desaparecer”

Dentre todos os calafrios e aproximações espirituais que me envolvem e tonteiam perante a Aláfe que Ogum me deu, é Nelson Cavaquinho quem me acalma.

“O sol há de brilhar mais uma vez... a luz há de chegar aos corações”

Não há tempo a perder! Os ilús dos céus já estão batendo. Posso ouvir esses tambores dentro do meu peito.

Guiné, Alecrim, Alfazema... Espada-de-São-Jorge, Abre-caminho, Saião...
Comigo-ninguém-pode, Bejuim, folha de romã... Peregum, erva cidreira, Arruda!

Todas as ervas serão necessárias com a ajuda de Ossãe...

- Dum dum dum dum dumtiriri, akinijô afáueri,
Akinijô auórekàn, axé con abô, Ossãe eua!

Galos pretos, galinhas d´angola, frangos e pombos...
Serão precisas todas as oferendas para meu pai Ogum... e para o senhor Exu! Bará ô!

- Embarabá ô agô mojibá, unbom axé,
Embarabá ô ago mojibá, yamadê acoelê
Embarabá ô, Exu ê mojibá, Elegbara ê Exu unbom axé!

É preciso fazer a maior macumba de todos os tempos. A curimba do juízo. Oxalá terá de ouvir meu penar. Queimem-se as pólvoras, vou agigantar meu ebó! Com a itába, ervas de Ossãe farei minha cabana, untada em dendê. Ogum Senhor das Hóstias assento ao meu lado empunhando a espada mais afiada. Exu na porta de entrada para a minha defesa.

É escurecido o mundo. Eu sento-me em minha cabana e rezo para Oxum, que com seu mel, convença mais uma vez a Olorum que deixe seus filhos perecerem em paz.

- Orunmilá mamãe, Orunmilá mamãe,
Taladê, talá boriô. Oxum agaó, comamã deô,
Até undi isigu abá omi, Oxum fideri godô.
Yeyê ô!

Chove... é o fim. Não há mais o que se possa fazer. Todos estão por aí como em qualquer outra chuva. Não adiantaria avisá-los. Mesmo outros Babalorixás não me acreditariam... porque Ogum avisaria somente a mim? – perguntariam... Não há mais o que fazer... estão todos mortos... que minha macumba proteja minha luz...

Que todos os seres que fizeram o bem vejam o sol...

“Do mal... será queimada a semente...
o amor será eterno novamente...”

Que Olorum tenha pena de todos nós.






Pedro Tomé


Congresso Internacional do Medo


Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio porque esse não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte,
depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.


Carlos Drummond de Andrade

nada é inofensivo




dica do amigo Hugo.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Ataque!

Não acato
que qualquer "taco"
me ataque.

Antes eu ataco
tudo(todos),toco
o topo (fogo!)d(n!)o atabaque.

entro com tudo
refrão intruso
me sinto em uso
-sábio bocudo
que partiu pro ataque.

Bonnies and Clydes,
a Dona Glades
meus mil ataques resolverão.

meus mil ataques (!!)
uns bons esbregues
que a mequetrefes
tornou-os breves.

Será que eu vou virar bolor?

Hoje eu percebi
Que venho me apegando às coisas
Materiais que me dão prazer
O que é isso, meu amor?
Será que eu vou morrer de dor
O que é isso, meu amor?
Será que eu vou virar bolor?
Venho me apegando ao
passado
E em ter você ao meu lado
Não gosto do Alice
Cooper
Onde é que está meu rock'n'roll?
Eu
acho, eu vou voltar pra Cantareira
Venho me apegando aos
meus sonhos
E à minha velha motocicleta
Não gosto do
pessoal da Nasa
Cadê meu disco voador?
Onde é que está
meu rock?
Onde é que está meu rock'n'roll?

(Arnaldo Baptista)

Vou me afundar na lingerie

Vou me afundar na lingerie, baby
Me perder na relatividade das pequenas
Eu já nem sei seu telefone, baby
Não vou mais ter remédio para dor de cabeça, meu bem
Ainda bem que agora eu não tenho cabeça
Ame-me ou deixe-me em paz
Imagine só
Xuxu beleza
Tomate maravilha
É a última moda
Tô deslanchando, pé embaixo, baby
Chegou a hora do evasée, fairlane 500, baby
Eu vou mais é me afundar na lingerie
(Para mim, para mim)
Vou-me embora, vou para casa mais cedo
Hei, cuidado que cavalo não desce escada
Eu subo, desço
Paz e amor
Xuxu beleza
Tomate maravilha
É a última moda
A cidade e as serras me deslumbram, baby
Que horas são? Telefone pra você
(Para mim)
Quem já dançou sempre tem medo dos homens, baby
Eu vou mais é me afundar na lingerie
(Na maior, na maior)
Ainda bem que eu não tenho cabeça
Ame-me ou deixe-me em paz
Imagine só
Xuxu beleza
Tomate maravilha
É a última moda

(Arnaldo Baptista)

I am the walrus

I am he as you are he as you are me and we are all together.
See how they run like pigs from a gun, see how they fly.
I'm crying.

Sitting on a cornflake, waiting for the van to come.
Corporation tee-shirt, stupid bloody tuesday.
Man, you been a naughty boy, you let your face grow long.
I am the eggman, they are the eggmen.
I am the walrus, goo goo g'joob.

Mister city policeman sitting
Pretty little policemen in a row.
See how they fly like lucy in the sky, see how they run.
I'm crying, i'm crying.
I'm crying, i'm crying.

Yellow matter custard, dripping from a dead dog's eye.
Crabalocker fishwife, pornographic priestess,
Boy, you been a naughty girl you let your knickers down.
I am the eggman, they are the eggmen.
I am the walrus, goo goo g'joob.

Sitting in an english garden waiting for the sun.
If the sun don't come, you get a tan
From standing in the english rain.
I am the eggman, they are the eggmen.
I am the walrus, goo goo g'joob g'goo goo g'joob.

Expert textpert choking smokers,
Don't you thing the joker laughs at you?
See how they smile like pigs in a sty,
See how they snied.
I'm crying.

Semolina pilchard, climbing up the eiffel tower.
Elementary penguin singing hari krishna.
Man, you should have seen them kicking edgar allan poe.
I am the eggman, they are the eggmen.
I am the walrus, goo goo g'joob g'goo goo g'joob.
Goo goo g'joob g'goo goo g'joob g'goo.

(Lennon/McCartney)

Tudo que é pontudo.

Com três tiros traçou-se o tempo terminal.
Fosco e facilmente formou-se o fim da fanfarra.

Lembro que lentamente lancei-me lá ludibriado

Madalena,mulher-moça-madura manteve a calma mas...

deu glória quando tudo acabou.


Gritando no peito morto de Olavo.

Indago-me se de alguma coisa chorar ajudaria.

Respondo-me que é bobagem responder-me.


Resigno-me.


Choro.

E tonto feito um monte de pombo,corro para longe.

Os sentidos e sintomas se alteram na corrida.

Parto.
e com a fuga levo um restinho de Sol.

Fica só o som.

De meus chinelos estalando no chão de paralelepípedos.

Na corrida trôpega e desesperada sinto pontadas...pontudas.

Meu tronco forma um ângulo cada vez menor com o chão.
Eu o beijo.

Com a libido gravitacional eu e o chão.

Somos os mesmos.

Eu mais asfalto.

Ele mais pele.
Eu mais concreto.
Ele mais subjetivo.


Somos os mesmos.

...aí eu me levanto,chão.


Só desejo voltar para lá
babento de sangue.

Vingarei meu irmão e velarei o seu corpo.

protegido por minhas mágoas.


três tiros!


Com trezentos cavarei o caminho pro inferno

de quem ofuscou-me a fanfarra
banhou-me a fogueira
triturou-me o colarinho ainda com meu pescoço dentro.



Com o tilintar de seis capetas eu vingantemente me ergo.

Volto louco com Revolta o caminho que desfiz..
A passos troucos eu desassunto a Lua.
Com meu bafo d'ódio eu desmembro raios solares.

Eu hoje,ser humano cavo.
Babo.

e vejo ao longe quase pertinho o assassino de Olavo.


Me preparo e o encaro.


Meu punhal exige que ele se ajoelhe em reverência ao ataque.

Meu punhal exige que ele agonize em repeito a investida.
Meu punhal é mal!





E agora ele sabe...

Sabe de olhos arreganhados...


A vingança me lambuza todinho.
Acho graça.
Pigarreio.

Nenhuma pessoa por perto...
a fanfarra ja estava no final com seu segundo morto.

E é quando ao longe eu vejo uma silhueta.

Com o céu nas costas vem andando.
Não é um adulto para me condenar.
É Gelder...ótimo goleiro.

Me olha com a certeza e eu deixo óbvio para que ele não me venha com dúvidas.

-Matei o teu pai...mas ele matou meu irmão.
Ele me olha e como quem consente se vira e vai embora...

voltamos a nos encontrar alguns anos depois.
Almoçamos algumas vezes juntos ainda

até que o filho dele
resolveu vingar o avô tentando me matar...está de castigo!

Finanças.

Só mesmo dois e setenta
para fazer de cinco reais
dois e trinta.
Há tardes em que a vida funciona
menos,mas aí já é tarde,se bem que há tardes e tardes.
E as férias fazem mal pras finanças.
As férias são tão queridas como as finanças
Mas as férias fazem mal as finanças e bem as crianças
As feridas tão queridas como as finanças ...
Andando lado a lado no mesmo querer sem saber da ameaça do contato.

As duas

É duas da manhã
Que duas kombis
Se buzinam

Recortando a hora –em duas-
Respondendo exercícios de física ao marcar
Numa nota suspensa,
Sua consciência recíproca,
to (be-be.)

As duas e quinze
As duas cortam caminho
As duas para diminuir
o tempo entre ( lá e cá) as duas.

uma televisão

uma televisão é
que nem uma criança.
Querer saber onde está o controle
é como perguntar onde está o pai.

Bia borracha e a grande mamata

Recebera de mãe calada
Uma surda jamanta prateada
Bia borracha,soldada do nada.

Jamanta para Bia
Lenta e pesada

Recebera também bem mais tarde
Na varanda de casa
Venâncio Serpente feição de gnomo

Conversou-se,debateu-se
Perguntou-se,respondeu-se
Concordavam,fingiam se escutar.

Mas Bia em solilóquio

Já que Venâncio nada e morre bia
Com a jamanta pesada.

Dramalhão

Acreditei,jurei,jurei.

les Fleurs

As flores têm nome melhor em francês,
e mais frescor,gordas e chorosas gotas de orvalho,revestimento aveludado,
câmbio eletrônico e mais saídas de emergência em francês.
As flores em francês valem um disco do Tim Maia.Têm presença
gratinada e até no polém
têm mais,bem mais cor.
Mas mesmo assim,
as flores em francês só
são flores em francês em português,onde
não passam de vegetais de
auto-estima inflada.

A questão.


do guarda chuva
recolhido,embrulhado
em trages de bengala.
reclamo insistente
pelo repouso
atrás da porta

que me molhou
mais do que a chuva.