sábado, 16 de janeiro de 2010

poema escrito em uma pça de Ipanema e postado em uma Lan House no Rio Cumprido.Pela desgeografização literária no R.J. {porraa.}

em louvor da pça e dos cães.

ampla praça em Ipanema
entre pernas de bancos os
cães voam,perseguem-se
mordiscam-se,sniffsniffam-se
e empacam.

nos gramíneos passeáveis
moçoilas assobiam,gesticulam.
Coleiras fremem.Bebês desertam
os carrinhos de bebês.A estátua ma
cambúzia leva o papo pro peito.
Cinco bolas para trinta pés.Tonéis
de "coisas da vida,minha nega'
em cada jogador de dama.

Tarde de ócio.Leve equinócio
e só chove em um dálmata (há quem garanta que só em uma ponta de uma das pintas dele)
Há qualquer Q de mendigo nos
impulsos dos homens de bem.

latidos e leves passos
caracterizam o espaço.
Tom úmido de crônica
documentações dementes
e o Sol descontente latente
escorrega na cabeça da tarde.

O parque sauda com alarde
Silvio no meio dos cães
Damiana no meio dos cães
Laércyo no meio dos cães
Lyottard sentado num banco
Lyottard sentado fumando.

Parque dos comuns cam'ons,
loiras e beagols
onde a namorada cura a
catapora do amigo
largado languido e longitudinal
a seu colo.

Parque das árvores de pé
para cantar o parabéns
continente de poodles,nenéns,
ex-fumantes,babás em que
as máquinas passeiam no entorno.

Parque banhado de sono
dos monumentos de miloitocentoseblau.

Praça onde Aníbal uma vez infartou
e onde em certas noites
certos casais
combinam surubas.
(há quem as diga enlouquecedoras)