quinta-feira, 28 de maio de 2009

Ainda sobre a literatura caótica...


Já ouvi comentários de fundos maliciosos sobre a excêntricidade de minhas escolhas poéticas, e muitos destes tecelões acham o Djavan tranquilo.
Sugiro,por isso, que ouçam esta deliciosa canção que atende a categoria que eu chamo de samba turbulento ou catastrófico.

Numa esquina de Hanói

Um é par de dois
Quer ver, verás
Irei a ti pra viver
Depois morrer de paz
Ou não...
Quem saberá?
Ficarei sabedor se você temperou no sal
Ou se salobro nós
Me atiro, cívico
Aos meus amigos de varar a noite
Trazás nó cego, dirás
E eu rirei, pecador
No que você corará mais
E de cor entregarás
A minha alma viva e depenada para o satanás
Que enfim, quiçá lhe trai indiferente a mim
Que não lhe significa nada mais do que um lobo atroz
Perdido numa esquina de Hanói
Perdido numa esquina de Hanói
(djavan)

Lendo Moby Dick...


Sobre Bulkington,o timoneiro.
"Você parece divisar vislumbres daquela verdade mortalmente intolerável : a de que todo pensamento profundo e grave é apenas o intrépido esforço da alma para conservar-se na livre independência de seu mar,enquanto os ventos mais bravios do céu e da terra conspiram para lançá-la na costa traiçoeira e servil.
Mas como no sem-terra apenas reside a mais alta verdade,sem praias,infinita como Deus - assim é melhor perecer nesse ululante sem-fim,do que ser ingloriamente arremessado a um abrigo,ainda que ele seja a segurança!"



daí a vontade de ir-se embora.