quarta-feira, 19 de agosto de 2009

A Carradine que morreu abraçado a umas putas imaginárias na Thailândia.


Você David,e suas putas de Bangkok
ainda tinham mais anfetaminas pra tomar.
(mais nucas pra golpear)
-pelos segredos sorrateiros do kung-fu-
Você David,muita manga avermelhada para estar babado ainda com.
Ainda muitos jatos de sangue para estar babado com.
Ainda muita soda batizada para estar bêbado com.
Você David, em delírios de luxúria congestionou a fúria.Você David,como todo o bicho humando é ornado por diamantes e recheado de catarro...esses homens maravilhosos e suas mortes tenebrothers!
Você e seu cabelo de Ferreira Gullar,corpo magro e movimentos de palha.(Todo velho é algo constituído majoritariamente por Tempo)
Você David Carradine de silhueta sinuosa e expressões paleolíticas a rodar seus numchacos num lago congelado de um inferno budista.(tomando budweiser)(sonhando em rir com um Western) se lavou na chuva de shurykens da mente.
Você David negou o oxigênio para intensificar o orgasmo e Enforcou suas duas cabeças!
Você de sonhos pervertidos.Você exímio toca-flauta.Você que maquinou surubas monumentais sozinho em seu armário.Você que queimou a arrumadeira do hotel de pavor ao ver sua última posição Kung-fu.
Você matou Bill e não Beatrix Kiddo.




*uma homenagem simples a um grande ator que teve uma grande morte em Junho de 2009.



O corpo do ator de 72 anos foi encontrado na quinta-feira, 4, em uma suíte de luxo do hotel Swissotel Nai Lert Park de Bangcoc.
O tenente da polícia Worapong Chewprecha disse aos jornalistas que o corpo de Carradine tinha uma corda "atada ao redor de seu pênis e outra corda ao redor de seu pescoço".
Ainda segundo Chewprecha, "as duas cordas estavam atadas uma à outra".
"Não está claro se ele se suicidou ou se morreu asfixiado por um problema cardíaco devido a um orgasmo". A polícia concluiu uma autópsia nesta sexta-feira, mas ainda não divulgou nenhum resultado oficial.
Nanthana Sirisap, diretor do Centro de Autópsias do Hospital Chulalongkorn, disse que a análise do cadáver foi feita devido às "circunstâncias inusitadas da morte de Carradine", mas não deu mais detalhes.
O tenente da polícia Teerapop Luanseng disse na quinta, que o corpo de Carradine estava "nu, dependurado no guarda-roupa" e que a polícia trabalhava com a hipótese de suicídio.

Uma das agentes de Carradine, Tiffany Smith da companhia Binder & Associates, descartou essa possibilidade.

"Tudo o que podemos dizer é que sabemos que David não se suicidaria", disse Tiffany. "Estamos esperando que terminam a investigação e averiguem o que ocorreu realmente. Ele apreciava muito tudo o que a vida tem a oferecer... E isso não é algo que David faria consigo mesmo".

Carradine chegou à Tailândia na semana passada e começou a gravar um filme chamado Stretch dois dias antes de morrer, disse Tiffany. Tinha vários projetos preparados para depois desse filme de ação dirigido por Charles De Meaux.

O ator estava de "bom humor" quando deixou os Estados Unidos e em 29 de maio, disse a agente.

O gerente geral do hotel, Aurelio Giraudo, disse que Carradine ingressou em 31 de maio e foi visto pela última vez em 3 de junho. Carradine conversava com os empregados e até tocou piano e flauta no lobby do hotel algumas noites, disse.

"Eu era seu fã. Tivemos uma conversa muito linda quando ele se registrou no hotel", disse Giraudo à Associated Press. "Era uma pessoa muito cheia de vida. Contei a ele que havia visto o filme Crank com minha família e ele sorriu para mim".

Giraudo disse que uma arrumadeira encontrou o corpo de Carradine após bater na porta sem ouvir resposta. A polícia chegou em seguida.

Carradine, praticante de artes marciais, ficou conhecido pela série de TV Kung Fu, transmitida entre 1972 e 1975. Interpretava a Kwai Chang Caine, um monge Shaolin que viajava pelo oeste dos EUA a fim de matar o sobrinho de um imperador que teria assassinado seu mestre de Kung Fu.

No total, trabalhou em mais de 100 longas com diretores como Martin Scorsese, Ingmar Bergman e Hal Ashby. Recentemente voltou às telas como Bill, na série Kill Bill, de Quentin Tarantino.

RETIRADO DO SITE DO ESTADÃO.

-lINK PARA VÊ-LO EM CALMÍSSIMA AÇÃO-

http://www.youtube.com/watch?v=T2HeaRex0Dg

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

contra-senso e contra-fluxo





Wassily Kandinsky (1866-1944)
Transverse Line,
1923

Xotezin de Cachaça
: - Adrenalina!
  1. espaço: Avenida Presidente Vargas no centro do centro do Rio de Janeiro.
  2. Tempo : Horas caóticas do início de agosto de 2009.
  3. discurso motor - "Bens.Só quero os bens materiais,não to te levando alma como alguns capetas,não to te levando o tempo como alguns esportes e jogos,nem estou te levando as esperanças embora, como faz a filosofia e aqueles que muito pensam.O meu negócio mesmo é com os anéis,relógios,celulares,carteiras,brincos e adornos em geral."

Quem teve a sagacidade de notar a minha sagacidade - esse sim é sagaz pra caralho-pôde encarar o sorriso que me visita sempre quando roubo de alguém.

Meto o relógio dum cara que estava lendo no banco carona, Proust, e me lanço peito abertamente sem camisa na Presidente Vargas contra o fluxo iluminado dos carros .Acho essa cor de evenning uma puta coisa linda.Por volta das seis e pouca assim... nas luzes artificiais dos postes eu tenho que desviar ombros e pescoço nessa fuga aloprada com passadas gigantescas.Ai!Essa foi quase.
Incontáveis direções a se tomar,quantos modelos e cores de carro se repetem no lento desfile?Multiplico a minha presença entre para-choques e porta-malas,kombis,caminhões,motoqueiros, sambando em bons chinelos de dedo.Sou ágil,mas sempre perco as corridas que aposto contra a minha sombra asfalto a fora.Imensuráveis taps ecoam de meus pés e motoristas tentam ensinar motoristas berrando e buzinando!
Consigo(em um dos 600 retrovisores que cruzo) perceber que o otário só sente falta de seu relógio quando ele pra mim é passado e eu pra ele sou vulto.Não adianta mais,como ele acha que adianta,se levantar para ir em busca do objeto perdido que agora está confortávelmente repousado no meu bolso.As seis e pouca são um período de escurecimento das luzes naturais,os únicos caminhos iluminados estão repletos de energia elétrica como esta que sinto impulsionar meus joelhos.
A trilha é complexa, e se eu deixasse rastros no asfalto o chão da cidade teria aspecto muito semelhante a uma pintura de Kandinsky.Lambão me aguarda no início da Avenida Passos,faço a curva e dou carona a ele no meu trote sem breque.
Estamos correndo ombro a ombro na Avenida Passos em direção a Pça Tiradentes.O Rio de Janeiro mergulha na noite e nós somos a espuma da onda.

Já dentro de uma das vielas mais escuras e penumbrosas da região: Travessa das Belas Artes, Lambão arrebenta a cara no meio fio e foi meio feio.Aqui não tem risco então eu obrigo o meu corpo a parar.
Levanto o Lambão ensanguentado e raladíssimo com muitos machucados e lágrimas.
- Para com o choro moleque.Porra.
Descarrego lentamente tudo que consegui recolher nessa e na outra noite na mochila de Lambão.
- Olhaí Lambão, não vai rodar com essa merda toda não.Me ouve porra,para de chorar!Vai na barraca do Turíbio na Uru e vende tudo logo...(soluço e catarro)Vai te logo moleque feio.
Lambão tinha lábio leporino e não só por isso que era feio a beça,devia ter alguma doença mental daquelas que faz o sujeito não se importar de começar a babar,ganir ou se ferir com objetos metálicos,tanto que o garoto já tinha mais de três piercings no mesmo lado do rosto que agora sangravam perceptívelmente em sua retirada.
Breu estabilizado no coração de "Dez pras sete",que horário esplêndido também que é esse.Estes prédios enormes que de tão lindos mereciam pequenos suicidas dependurados nas janelas de cada ultimo andar.O céu já bem caido entre nós e o odor das lojas fechadas.Ou em processo de fechar,esse cheiro de pipoca com queijo tão ácido que me faz salivar...resta agora apenas traçar os planos para a última operação da noite,depois buscar o meu dinheiro de volta com o Lambão.Acho que vou matar o tempo em uma exposição ou tomando cachaça no cais.


terça-feira, 4 de agosto de 2009


Jorge influenciou mais o Tropicalismo do que foi influenciado por ele. Em 67 ele já era admirado por Gilberto Gil, pela coragem de misturar ritmos, temas e línguas africanas na sua arte. Caetano admite:
"Parecia-me que a minha 'Tropicália' era mera teoria, em comparação. Uma tentativa de tratado sobre aquilo de que 'Se manda' era um exemplo feliz. Jorge Ben, sem criar uma 'fusão' artificiosa e homogeneizante, apresentava um som de marca forte, original, pegando o corpo de questões que nos interessava atacar, pelo outro extremo, o do tratamento final, enquanto nós chegávamos a soluções variadas e tateantemente incompletas nesse campo. (...) se nós, tropicalistas, tínhamos, em nosso afã de pôr as entranhas do Brasil para fora, efetuado 'uma descida aos infernos', o artista Jorge Ben Jor é o homem que habita o país utópico trans-histórico que temos o dever de construir e que vive em nós ".

Da maior Importancia


Foi um pequeno momento, um jeito
Uma coisa assim
Era um movimento que aí você não pôde mais
Gostar de mim direito
Teria sido na praia, medo
Vai ser um erro, uma palavra
A palavra errada
Nada, nada
Basta quase nada
E eu já quase não gosto
E já nem gosto do modo que de repente
Você foi olhada por nós

Porque eu sou tímido e teve um negócio
De você perguntar o meu signo quando não havia
Signo nenhum
Escorpião, sagitário, não sei que lá
Ficou um papo de otário, um papo
Ia sendo bom
É tão difícil, tão simples
Difícil, tão fácil
De repente ser uma coisa tão grande
Da maior importância
Deve haver uma transa qualquer
Pra você e pra mim
Entre nós

E você jogando fora, agora
Vá embora, vá!
Há de haver um jeito qualquer, uma hora!
Há sempre um homem
Para uma mulher
Há dez mulheres para cada um
Uma mulher é sempre uma mulher etc. e tal
E assim como existe disco voador
E o escuro do futuro
Pode haver o que está dependendo
De um pequeno momento puro de amor

Mas você não teve pique e agora
Não sou eu quem vai
Lhe dizer que fique
Você não teve pique
E agora não sou eu quem vai
Lhe dizer que fique
Mas você
Não teve pique
E agora
Não sou eu quem vai
Lhe dizer que fique

Caetano Veloso.

- Sempre achei que essa música era um tirambaço na cara.Ouvindo o disco Índia(1973) da Gal Costa,disponibilizado no sítio Vinil é Arte recomendado aqui ao lado.E aqui embaixo:
www.vinilearte.com eu tive mta certeza disso.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

poesia/flerte com o esquemanovismo*.

Elvira
Elmira
Emília
Alzíra
Úrsula
Dalíla
Natasha
Yasmin

Cigorne
Simone
Cecília
Ivone
Vidinha
Suzana
Cristine
Madá

Perla
Tonica
Sandra
Conchita

Bebel
Evita
Margá
Nathalie
Sâmia
Felipa

Vanda





*esquemanovismo-
Tendência poética surgida nos últimos anos em mesa de boteco humaitense.Tem como objetivo explícito propor todo um esquema novo nos modos de expressão artísticas,ou um esquema todo novo na maneira de expressão artística ou um esquema novo todo nas imbircações das direções poéticas.Entre as características esquemanovistas deste experimento poético,como preferem alguns esquemanovistas esquemanovississimos salta aos olhos o uso exclusivo de nomes,e nomes femininos.Sem preferência exclusiva pelo nome belo,ou pelo nome bizarro estando todos em pé de igualdade como propunha o manifesto esquemanovista que grande sucesso obteve em uma leitura que houve ha não muito tempo em boteco na Pça da Cruz Vermelha.(reduto do crack e logo dos poetas esquemanovistas.)

à pirotecnia que há nas Julianas

A pirotecnia que há nas Julianas.

As Julianas são muitas e todas coloridas

Deus quando as molda as reveste de presentes...

Em cada espasmo convulsionar que eu tiver

Na beirola da morte, espero borbulhar

Em lembranças excêntricas do odor de cada Jú.

Quando o odor for muito para minha capacidade mnemônica:

Vou me perder em lembranças de suas temperaturas,planas.

Nas lembranças das Ju eternas e nas impressões das Ju levianas.

Lembrarei das Jus fulanas,enquanto morro de cama.

E assim amo a maneira que toda Ju que me afana

Me toma com a sede de um caldo de cana....

Ju que é ju não é:

Ufana o delírio gososo de ser Juliana...

explodem todas pelos ares.

Joguei Julianas nos mares para ver se plantava arquipélagos.

sábado, 1 de agosto de 2009

Silêncio no Brooklin Estrondo na Urca.




Sacundingundemos?

é olhar deslumbrado para ela e ficar pensando quantos jorge bens ela já não dançou na vida.Se assustaria com o swing sessentista esquisitaço e delicioso do "Bidu,Silêncio no Brooklin"?
eu sou muito bem resolvido
com essa coisa toda de jorge ben,
Urca com um puta luar na cabeça
Gafieira e ludo.
A alma da gente privilegiada do litoral é minha
também.Carrego nas unhas o frescor de certas noites,noites que não me lembro
mas se lembrarão de mim e dos meus.No mais

é sentir sentir sentir.E que o sentimento não se prenda em gaiolas porque são pterodáctilos não pássaros.(e ah!Essas coisas de passado/presente/futuro isso não existe não,tá!).

{Minha política de evitar conflito
ainda vai me afogar no marasmo...
preciso sambar maracatu encima do meu cadáver.}

...lá vem a Rosa Mas Que Nada,vem procurar o seu amor...
sacundingundemos?
A lot.

A Tal Menina Gata Augusta sempre foi da Jovem Samba e assim fica mole voltar a filosofar no seu cabelo cacheado,delirar no sorrisão e se inspirar nos rodopios...





é pra mudar que nasci o mesmo,desde 1988.

Três textos que mostram como eu pensava quando tinha dezessete anos...estarei o quão longe?

"Ah, meus dezesseste!"

"no terceiro ano todos os corações viram vagabundos e querem mesmo guardar o mundo dentro da gente."
(comentário de uma leitora)
Manifesto Terceiro-anista


" Sobre o horror de ter a mente demolida"
Redijo. Mesmo sabendo ser esta uma atitude impune, impulsiva e completamente contestável em todos os mais amplos sentidos da coisa.
Talvez o motivo principal desta escrita seja justamente este...o saber futuro que o arrependimento me visitará.
Entretanto, entretantos, não pude ser forte o bastante para desviar para as cucuias a inspiração que germinava e invadia minhas temporas ,para uns feito erva-daninha, para outros feito belas margaridas mas para os dois indubitavelmente regadas tanto pela minha tempestade interna, quanto pela água da chuva que descia já prevendo se enrolarem pelos meus fios de cabelo.
Em suma, escrevo neste momento em que não devia está-lo fazendo, mas o que posso fazer se o pulso do mundo, as vibrações da rotação da Terra e o barulho frio do vento fazem minhas veias me lançarem caminho ao infinito através de minha leve e ingênua bruzundanga de um desesseteanos qualquer que infelizmente sou?
Não sei como fugir desta vontade magna de congelar cada momento e acrescentar detalhes que muitas vezes eu não vi na hora ( e talvez nunca visse se não resolvesse tornar a história mais interessante).
Para os que não compreenderam porque de ser tão marginal este texto, eu explico sem delongas.
O fato é que eu deveria estar estudando!
Deveria seguir aquele mundo de sempre e tentar entendê-lo.
Tentar viver aquela realidade que me encaixaram há muitos anos atrás, e que com os anos passando, só denotam o quanto é impossível fazer o que foi feito ,e ter aguentado todos estes anos temendo esta realidade frágil e cada vez mais frágil ás realidades que realmente imperam.

... Quatro paredes...quadro negro,giz,muitos parecidos e nenhum semelhante,professor e no topo de tudo um relógio que gira para trás...

Hoje, pela primeira vez, se esclaresceu como tudo isso é frágil...

Não que eu nunca houvesse notado, apenas notei de alma inteira ...eu sentia um pouco disto nas violentas aulas de matemática , mas depois de me ausentar de uma prova em branco que só fez enegrescer minha mente foi que tudo fez sentido.

Botei o primeiro pé para fora do cárcere, e logo de início me veio em torno da cintura o abraço do mundo, e num estupro violento todo o universo sem paredes intupiu minha cabeça...
De súbito uma vontade louca de jogar chadrez com os aposentados da praça Saens Peña, de conversar com cada trabalhador em cada ônibus,de saudar idiotamente cada criança de colo e de fumar diversas donas de casa até me sentir com vontade de faxinar...

Num só segundo,eu tinha milhares de pessoas para me importar, de amigos e conhecidos a inimigos e desconhecidos, todos eles me importavam...tudo me importava, era uma questão de preferência...

__Prefiro o Doce da goiaba ao Doce de goiaba!__

Prefiro sentir o original pulsando vivo em cada rua,avenida,alameda, ao invés de ouvir histórias pré-fabricadas sobre ele.

Descobri que o meu maior problema, é que eu quero o mundo!

...e isso ninguém no cárcere jamais me ofereceu diretamente...

Tudo isso parece tão mais convidativo, parece mais interessante viver, para viver!
E não, parar de viver para aprender a viver e depois sim poder viver.

Se escrevo este texto, é mais do que por qualquer coisa pela arte da contra-mão, é por saber que estou traindo minhas convicções e indo pelo caminho mais fácil...
Pelo prazer enorme de estar errado !
E quando escrevo ditocujo meu livro de química fica aberto como quem quer me ensinar qualquer daquelas coisas terríveis que tão bem vão me fazer...

...é pelo ódio de não entender!
...é pelo ódio da atual condição!
...é pelo ódio da falta de escapatória!
...é pelo ódio do baixo teor artístico deste texto que eu troquei pela química!


Ou simplesmente...

Pelo prazer de estar errado!

Verde.




Sem dúvidas,era o mais correto de todos ao abrir o guarda chuva na Voluntários da Pátria, para conservar a impermeabilidade conseguida graças ao metrô,mas naquele simplório gesto ,algo mais estava implícito...

Pecava quem o dizia frio só por fazer o que fazia.
Era fã de Mahler ao mesmo tempo que admirava programas de baixo nível na televisão, neles via uma arte sincera e uma doçura improposital.
Quanto as balas de leite...digamos que era apenas necessidade.
Passava mais tempo pelos metrôs do que em casa, aliás no metrô que ele conheceu a música de Mahler,no dia em que fez sua primeira vítima em botafogo e tomou gosto pelo afazer...
Não adianta puxar na memória alguma informação sobre o estado de uma vítima de alguém perto do metrô...pois se você ao menos ouviu falar no primeiro incidente causado por Dimitri, nunca na vida que iria precisar se esforçar para se recordar o fato, pois ele não ia sair de sua cabeça um só minuto pro resto de sua existência.
...Dimitri era filho dos dias chuvosos, e costumava trabalhar com este seu pai sinistro que perdia neste adjetivo já pra sombra manca e curvada para a esquerda de Dimitri...
Nos dias que Dimitri esta nas ruas,os bem-te-vis nunca estão...
Perdido na multidão, Dimitri é só mais uma face e por que não haveria de ser?

Sobrancelhas coladas uma na outra, respiração pesada e sempre que desse , um cigarro entre os dedos, muito mais tempo entre os dedos do que tempo entre os lábios.
Falava sómente quando necessário, e curiosamente sua fala era crucial para o seu serviço.

Entretanto, ainda para muitos é mistério como Dimitri começou nesta sua sinistra ocupação, e para outros é apenas lenda...daquelas que se duvida,sacode os ombros e segue a vida para sempre sem nunca lembrar da existência até que a noite caia reacordando a memória e fazendo o indivíduo respeitar a lenda com todo o fervor.

A origem destes, hábitos sorrateiros de Dimitri obviamente não é uma ocasião feliz.

No início do ano passado, Dimitri havia se casado com uma meigura cintilante, se chamava Pamela e tinha olhar bonito feito o de criança, abraço gostoso como o de mãe, voz afável como uma enorme poltrona de tecido muito bom.
Pamela era a mais bela menina na época do colégio, e nunca foram mais longe do que os tradicionais cumprimentos informais.
...Até o passar dos anos, as voltas estranhas do destino e uma terça feira ,anos depois de adultos em que se trombaram em uma cafeteria e conversaram tão alto que resolveram namorar por uns tempos ,o que culminou no casamento.
Neste ano, Dimitri estava sem um emprego propriamente, apenas ajudava uma tia em sua padaria na Lapa, na parte da manhã, e pela tarde ele ia buscar Pamela no serviço e ela sempre lhe comprava balas de leite.
Numa destas tardes, Dimitri resolve chegar mais cedo, para surpreender Pamela.
E a surpresa maior foi pra Dimitri.

Sol ardendo sem dó, Pamela belíssima como já era,porém exaltada pelo verde de seu vestido que abraçava seu corpo como fazendo carinho na sutil pele morena da meiga.
Ao vê-la, Dimitri sorriu e foi ao seu encontro.
O que sentia com o abraço da menina,é que não merecia aquilo...era arrojo demais para alguém como ele os carinhos daquela menina, que ficava tão linda de verde, um verde tão verde que é livre de comparações, o Sol ainda a pino...esse nunca desiste.
O cabelo de Pamela se balança feito bossa nova e a jovem anda ao encontro de Dimitri, com seu belo e tênue nariz apontando para o desajeitado sujeito que através de seus olhos vê a mais bela das morenas contorcendo a face como quem chupa limão e lançando seu corpo perfeito ao chão num baque violento que arrancou-lhe dois dentes , um de cima e um de baixo democraticamente.

Uma bala ardia nas costas de Pamela, dando um vermelho ao vestido verde que aumentava de volume com constancia macabra.
Os que estavam ali ouviram o som do bumbo do demônio estourando, o que acabou acordando o tarol da revolta dentro de Dimitri, que com olhos mareados sente uma dor e um arrepio estranho daqueles quando se está com o corpo muito frio, e vem da verdade um calor súbito que eriça os pêlos.
Agaicha-se da maneira mais desajeitada que pode encontrar, e pensa em abraçar o corpo da menina que falesce olhando para ele com os olhos de criança até transbordado com as lágrimas de quem acaba de nascer...enquanto que o olhar de Dimitri apenas responde com as lágrimas de quem acaba de nascer, crescer, se reproduzir e morrer...o Sol aos poucos vai desistindo, pessoas se aglomeram...Pamela fecha seus olhos, Dimitri fica cego.

Começa a chover, chamada chuva de verão.

Mas em uma das esquinas da Voluntários da Pátria, bem perto do Estação Botafogo, ele avista um
Rapaz correndo, Dimitri faz a força de 347 homens para se levantar...quando tem a impressão de ter visto Pamela abrindo os olhos.
Imediatamente, olha para ela e perde o assassino de vista...apenas consegue se recordar de um fator...o uniforme, o assassino usava o uniforme dos vendedores de cartão C & A.

Dimitri passa o resto da semana recluso, até que resolve fazer justiça.
Vai até botafogo, a chuva lambe a todos.
Dimitri abre seu guarda chuva, bem perto de uma corja de vendedores de cartão C&A e espera que algum deles venha lhe prestar utilidade,talvez por habilidade do anjo da guarda deles, nenhum foi até Dimitri, então ele sem nem ao menos respirar resolveu chamar um...

-Ei ,cartão C&A?

Sendo muito provavelmente a única pessoa no mundo que já requisitou os serviços desta gente, Dimitri foi olhado com estranhamento por algumas pessoas que andavam correndo com pastas na cabeça.
Gentilmente, o sinistro homem abre o guarda chuva e exibe um enorme sorriso para o vendedor.
Que não faz finta e vai de encontro ao destino ali bem perto do metrô.
Na cabeça de Dimitri ,alguns dos nobres acordes de “I’ve lost the track of the world” do Mahler que ele tinha acabado de ouvir no metrô( onde mais se ouve Mahler?).
Dimitri leva o franzino rapaz que tinha o cabelo toscamente pintado de amarelo, mesmo sendo negro e o lança na parede e pergunta:

-Por que mataram Pamela?!

O rapaz de início não fazia idéia de quem era Pamela, então Dimitri precisou detalharbem entre um murro e outro.
Ele disse que como ela tinha sido a milhonésima pessoa a recusar os serviços deles, numa rua onde passam uma média de um milhão de pessoas por dia, eles apenas estavam seguindo uma espécie de profecia que diz que este indivíduo, que completasse esta marca,teria que viver a próxima vida como alguém que necessita demais do cartão C&A, ou seja ,a pessoa que eles mais gostariam de encontrar.

Não sei bem, se a esperança do garoto incluia sentasatez da parte de Dimitri, oque obviamente estava longe de acontecer...
Ao ouvir isto, Dimitri não pensou novamente e meteu a mão no bolso em busca de qualquer coisa que pudesse ferir aquele verme, quando encontrou apenas suas balas de leite, e então Dimitri enfiou as balas na boca do sujeito até que ele se asfixiasse intopindo sua garganta com elas ,e faz isto até hoje, com diferentes vendedores de cartão C&A,tendo até já matado o assassino, mas não parado desde então.

Alguns vendedores de cartão C&A, dizem que é apenas uma lenda urbana, já outros certamente acreditam,mas por via das dúvidas nenhum deles deixa que você o chame e sim vai direto a você antes que você pense nisso...pois segundo eles, a única pessoa que já requisitou o trabalho deles foi o homem do guarda chuva.

Fim.

Epígrafes Epi Epígrafes (aforismos ululantes dançando hulla hulla)


-Este texto é para quem não gosta dos meus textos.
Peço a este caríssimo amigo que entenda que com o pouco que tem na minha cabeça,tenho que me virar e acaba saindo daquela forma mesmo...para mostrar o quanto é difícil...trago a vocês,pequenas mostras do que eu achei lá( na minha cabeça) e peço que tente fazer algo que preste ,com esta exposição de badulaque mental...sei lá, reciclagem..



-" O google tem mais de 40000900 respostas diferentes para qual o sentido da vida"

-“Não aprendi a ler pensamentos,então os escrevo”

-“ Antes de Maomé ir a montanha,ele gritou com ela,esperniou e ofereceu-lhe um suculento pedaço
de vitela...como nem assim ela foi até ele? Nem eu sei.”

- “A física é um estupro de conceitos”

-“Se focinho de porco fosse tomada,feijoada seria muito mais interessante”

-“ Se fossemos maus por natureza,fariamos o bem só de sacanagem”

-“ Um sujeito é a união de diversos predicados”

-“ Rico é impulsivo,pobre é impulsilva”

-Pimenta nos olhos dos outros,é por que não sabem onde fica a boca”

-“ Se eu fosse mais simpático,seria mentiroso... e se me chamardes de mentiroso,aí mesmo é que eu não serei simpático”.

-“A moda agora é ser idiota”

-“ Viver...imitando a imagem do ser feliz”

- “ Falhas na Comunicação
Fa h s a Comu i ã “

-“ Há balas que abalam”

-“Agonisar ainda é viver”

-“ Mundo que vê sem enxergar”

-“ Toda e qualquer forma de certeza,sem sombra de dúvidas é ignorância”

-“ Somos sempre menores do que pensamos”

-“ Vida,por mais que vivamos,só escaparemos dela na morte”

-“ Se as pessoas pudessem,revestiriam seu corpo com espelho”.

-“ Tudo conspira na paranóia”

-“ As bochechas sabem mentir,mas os dentes não”

-“Ignore o típico.
Ignore o novo.
Ignore o desagradável.
...Se ignore.”

- “Tonho e Carla,se mantendo juntos até que a morte os separe”

-“Se eu pudesse voar,faria questão de descer do ônibus em qualquer ponto”

“Não comerás teu próximo,coma a ti mesmo”

-“ Tonho e Carla,separados num divórcio amigavel até que a morte os uma”

-“ A mímica é uma Anarquia corporal”

- “A humanidade busca a evolução para que possa assim voltar a viver nas cavernas”

- “Chupar manga de garfo e faca”

- “ignorância é a mãe de todos os males”

-“ Aprenda piano clássico,Lira, leia mais, se instrua e se torne assim ,um desempregado cult”

-“ A vida é como a mulher amada,te machuca intensa e continuamente e quando ela vai embora...é a morte”

-“Amendoim é um alimento desprezível”

-“ Melhor do que lente do contato é saber usar um óculos”

- “Maquiagem é um autografitismo”

-“ O coração é um órgão que funciona ritmicamente,se fosse melódico talvez a vida fosse mais perene”

-“ Necessita-se de necessidades .( é necessário segundo grau completo)

-“ Arrependimento não mata!! Er...opa...um..quer dizer...dependendo muito do caso...Ah !
Eu sinto que eu não devia ter escrito isso aqui ...er..aaaaaaahg!!”

- “ Existe uma tênue linha entre o bonitinho e o psicótico,veja
Bonitinho / psicótico,viu?”

-‘Não me tome por errado,me tome por desprovido de razão formal”

-“O homem primeiro precisa aprender a aprender”

-“ A realidade deixou há muito tempo de ser Real”

-“Compre uma flor, e entregue a sua dama que vive num palácio de núvens,ela ficará grata e depois...voltará a dormir”

-“Bebo a realidade e suo sonhos”

- “Se gripe fosse doença,não se pegava ...se contraia”

-“ Problema de camelo é fome”