quarta-feira, 20 de maio de 2009

Um fado enfadonho


Cá lhe faço um fado chato, ó pá.

Com sotaque que eu não sei usar.

Vede o quão sou-te insolente

Nesta trova deprimente

Sobre motes que não sei cantar


Cá repito temas fúteis

nesta vã língua cabocla

de frívolos fados inúteis

netos dA Maria Louca:

a prole de João- Meia-Dúzia,


e antes um Vira da Prússia,

que um Ouviram do Ipiranga.

Tanto cacau,tanta manga!


Leves frutas a cabeça.


Proste o bacalhau na mesa,

E entorne um do porto já

Chame os primos do Irajá

E o tio ex-taxista. (Com mania de sambista)

E bote-os a gargalhar!


Vais ver a família lá!

Eu sou da família,ó pá!

Não me lanço a nau pro mar

Prancorar o meu juízo,

Não nasceu-me o dente ciso

Ainda estou bom pra pecar.

A sequência da adolescência é a adoleta,
nota que roleta perneta!

Rota-vírus de borboleta
e trota do estrondo : a corneta!

tiros (tinta)que me dispara a caneta.

tonteira


A criança
a Fortuna
O planeta
Contornam-se pela tontura.

A nega toda toda,
o barro quase vaso,
e o percurso do compasso:
pela tonteira.

A insistência do domingo
de dormir segunda feira
A cabeça
da menina do exorcista,
o caminho do relógio,
o centrífugo ciclista:
entontamento.

Só tonto,perplexo
de frágil reflexo
me persuado
persuado?
Ta certo assim?

Nu,no marasmo
rodando em torno de mim
nu,no maraca
e tu
furando o pudim.
Cartazes de
“fima noix galvão”
E rodas :

“-roda Murilo,roda Tião!”

Lapa de Bundas a Mostra

Casa de putas granfinas

Eu dobro minhas apostas

Que vagam no Estácio

Esses moços-meninas.


hormônio desarmonizada

das Gracys aborrecidas

vencidas pelo cansaço

deslizam no espaço e

divagam da vida.


Deitam e o corpo dilata

Monstro,moinho,menina

Nas tetas da mãe drogada

Aplicam labor

No ofício da sina.