terça-feira, 16 de junho de 2009

Poema inspirado em uma personagem de Murilo Rubião que tomou vida bem na frente dos meus olhos.

(A essa altura Margarerbe já estaria lambendo os dedos lambuzados de chocolate ou limpando-os no roupão estampado de vermelho,sua cor predileta.A porca.) -Murilo Rubião em O bloqueio.

Margarerbe,
do conto "O bloqueio".



nestes abruptos rodopios
do mundo,
Margarerbe saltou-se
do conto de Rubião.
Exageradamente,como descrita
a fêmea maldita me lançou ao chão!

Veio,e ao me ver,
me veio de olhos,peitos e coração.
Sentou as tetas sobre minhas pestanas.
um tubarão sem barbatanas...
Sorriso alargado como
a cara,
olhar de coruja,
sebosos cabelos.
Eu me invergonho,
ela não pára.

visitei por dois mêses aquele decote e em três destes mêses
vivi pesadelos.

Malditas e tesas tetas bem (in)tensionadas,
sua gula me engolia
em goles que eu não sentia
perdi a mandibúla sonhando mamadas...

afora o pavor de seu
congelante e quente
bafo de pasta de dente
Margarerbe era loura,
jovem e atraente...
se tivesse sorriso de gente.

deixo o cotovelo escorregar
e a ladra sequestra-me o braço.
Romântica,me leva a passear
mas eu não arredo meio passo...

se agiganta por cima de mim
quase todo.
Em seus olhos Rimbaud faz efeito:
enxuga os óculos,coça pigarro
e me abraça por meio dos peitos.

criatura caricaturada,
evangélica de lânguido porte
solta no mundo real
sua intensa gula carrega má sorte

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