terça-feira, 5 de novembro de 2013

Ainda traduzindo como exercício de travessia




Quando eu fui para o cinema



Quando eu fui para o cinema e vi tudo nos preto-e-branco
            sentimentos que ninguém sentiu,
e escutei o público suspirando e soluçando com tudo das
           emoções que dentre eles ninguém sentiu,
e os vi se esfregando com paixão ascendente que dentre eles
            ninguém nem por um momento sentiu,
e os flagrei gemendo em closes de beijos, beijos em preto- e-
           branco que não poderiam ser sentidos,
foi como estar no paraíso, que eu estou certo tem uma  
              atmosfera branca
sobre a qual sombras de pessoas, personalidades puras
são elencadas em preto e branco, e movem-se
em êxtase plano, supremamente não sentido,
e paradisíaco.



D.H. Lawrence, do Livro Pansies. (1929.)



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