"e tem nego atirando só
pra ver o buraco que
a bala faz."
(ouvi no rádio)
enquanto que a favela tremilica
as luzes
alguns dos igrejões
acesos quasimodam.
Iluminados rasgam o toucão
de banho
que a terra inteira usa.
(pra cobrir cabelos)
gotejam urubus no topo
dos outeiros
bicando os azuleijos,
agourando o muito.
enquanto a barda berra
em Allegro Vivace
espanca com
meiguiçe seus tendões
de aço
e piscam,tremilicam
as luzes dos postes
ao tempo que o
sereno me lambuza
a vista.
(vida?)
graffites,monumentos
me olham de soslaio
mas nada impede a
barda de soprar na
gaita.
e sempre que ela toca
um tufão me arrasta em
fluidos rodopios pra
touca do mundo.
salvo por favelados
sou bem hospedado
e até me dão café
erguendo belas prosas.
nos Olimpos cariocas
cegos soltam pipas
e nunca se encabulam
do que esperar delas!
terça-feira, 6 de julho de 2010
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